Publicado em: 27 de janeiro de 2015 08h01min / Atualizado em: 10 de janeiro de 2017 13h01min
A UFFS recebeu na manhã desta terça-feira (27) três pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, integrantes do Grupo de Estudos de Distribuição Espacial da População (Gedep). O grupo está em Chapecó para uma pesquisa de campo sobre imigrantes haitianos e senegaleses que vivem na cidade.
De acordo com o professor coordenador da pesquisa, Duval Fernandes, o estudo é parte integrante do Projeto Migrações Fronteiriças do Brasil – MT Brasil, do Ministério do Trabalho e do Ministério da Justiça, que está sendo implementado pelo Centro Internacional de Desenvolvimento de Políticas Migratórias (ICMPD), entidade da União Europeia, sediada em Viena. “O projeto é composto por várias atividades, como pesquisa nas regiões de fronteira e capacitação de pessoal. O grande objetivo é a criação de políticas públicas para atendimento dos imigrantes nas regiões de fronteiras. Essas políticas vão desde a parte social até a desburocratização para a regularização de documentos. Pretende-se, também, capacitar servidores públicos que têm contato direto com os imigrantes”, frisa Fernandes.
De acordo com Fernandes, a ideia da pesquisa de campo conduzida por ele é traçar um quadro completo da situação dos imigrantes recentes (de 2012 até hoje) na região Sul do Brasil e em São Paulo (SP). A intenção é saber como está sendo a inserção deles nas comunidades onde escolheram viver. “A pesquisa já foi realizada nas cidades de Criciúma (SC), Bento Gonçalves e Caxias do Sul (RS). Nesses municípios entrevistamos os próprios imigrantes e o espectro de pessoas que estão em relação direta com eles: ouvimos as autoridades públicas locais, como as ligadas à assistência social, à saúde e à educação; órgãos que apoiam os imigrantes; e empresários. Nesta semana estamos em Chapecó e em março continuaremos o trabalho em São Paulo (SP).”
Na UFFS, o tema da conversa foi o ProHaiti, que atualmente possibilita que 35 haitianos cursem uma graduação na Universidade. Os pesquisadores conversaram com acadêmicos haitianos e também com a Reitoria.
Constatações
“Atualmente a população de imigrantes haitianos, por exemplo, chega a 50 mil em todo país e o que tem chamado a atenção é que eles se sentem muito bem no Brasil. Isso se dá, principalmente, em relação à documentação de imigrantes regulares, que é o grande diferencial. Essas pessoas não são imigrantes inaugurais. Elas vêm de países com tradição migratória. Então, o fato de o Brasil trabalhar pela legalização dos imigrantes, os faz, também, ter uma visão positiva do país”, afirma Fernandes.
O pesquisador comenta também sobre as situações de discriminação. “É claro que a questão de gênero e preconceito com a cor estão presentes. A pesquisa trabalha nessa frente para minimizar esse dado. A intenção maior é conhecê-los e também ofertar mais conhecimentos sobre o nosso país, principalmente no que diz respeito à legislação brasileira, pois estando regulares no país, eles adquirem os mesmos direitos que um cidadão brasileiro, assim como deveres. Por exemplo, para algumas atitudes tidas como comuns no Haiti, a nossa legislação prevê punições. Então precisamos ofertar esses conhecimentos para que eles também se sintam parte da nação brasileira”.
A agenda do Grupo de Pesquisa em Chapecó segue até o dia 29 de janeiro. O levantamento dos dados deve ser finalizado em junho deste ano.
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