De 6 a 9 de fevereiro foi realizada, em Florianópolis, a quinta edição do Encontro Regional de Estudantes Indígenas da Região Sul (EREI-Sul). O evento contou com a participação de cerca de 40 acadêmicos indígenas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), dos campi Chapecó, Erechim, Laranjeiras do Sul e Realeza. A reunião das lideranças indígenas dos 4 campi para o evento, algo que ainda não havia acontecido, resultou na criação da União dos Movimentos dos Estudantes Indígenas (UMEI).

Apesar de recém-criada, a UMEI já tem uma primeira conquista e um grande desafio pela frente. Durante o 5º EREI-Sul foi votada a sede da próxima edição, prevista para 2026, e a UFFS foi contemplada. De acordo com Marizete Kaingang, coordenadora da UMEI, o sexto EREI-Sul vai ser realizado no Campus Erechim, em data ainda a ser definida. A expectativa é que o evento reúna em torno de 600 participantes, dos três estados da região sul, durante quatro dias.

Marizete ressalta que o EREI-Sul é um evento muito importante, para a troca de experiências entre os estudantes indígenas. Ela lembra que a conquista da sede do evento em 2026 ocorreu, principalmente, porque a UFFS estava representada por um grande número de estudantes, que são de diversas etnias, de várias regiões do país. Agora os esforços da UMEI estarão concentrados em fazer o projeto do evento e apresentar à Reitoria da UFFS.

EREI-Sul

O EREI-Sul ocorre desde 2016 e é o maior evento indígena de mobilização coletiva no Sul do país no contexto do ensino superior. Organizado por lideranças, estudantes indígenas de graduação, pós-graduação, pesquisadores e não indígenas cujas territorialidades correspondem ao atual território do sul, o encontro também inclui autoridades indígenas e não indígenas de diferentes contextos territoriais.

Entre os principais temas discutidos no 5º EREI-Sul estiveram:

• Atuação das lideranças indígenas nas ações afirmativas;

• Políticas específicas para os povos indígenas;

• Juventude, cultura e educação superior;

• Demarcação de territórios, marco temporal e impactos;

• Artes, mídia e resistência;

• A luta de mães e pais indígenas universitários;

• Urgência na implementação de moradias estudantis indígenas.