Livro da Editora UFFS apresenta histórias de vida no movimento de mulheres camponesas do Paraná
A obra conta histórias de cinco camponesas do reassentamento São Francisco de Assis

Publicado em: 01 de novembro de 2022 18h11min / Atualizado em: 03 de novembro de 2022 10h11min

O mais recente lançamento da Editora UFFS, neste dia 1º de novembro, é o livro de Renata Rocha Gadelha, mestra em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, pelo PPGADR da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul. “Recampesinização e ressignificação do campesinato: histórias de vida no movimento de mulheres camponesas do Paraná (MMC/PR)” apresenta as histórias de cinco camponesas residentes no reassentamento São Francisco de Assis, em Cascavel (PR).

A preocupação inicial da autora, quando realizou a pesquisa que deu origem ao livro, era o manejo e a percepção agroecológica das mulheres. No entanto, ficou claro que “para entender a condição da mulher no campo, era necessário compreender as relações de gênero e o peso do patriarcado nessa construção”, conta Renata. Por isso, além do texto introdutório e das considerações finais, o livro se constitui de seis capítulos principais: Mulheres, agroecologia e desenvolvimento rural sustentável; O patriarcado; Como superar o patriarcado?; O MMC e o Reassentamento São Francisco de Assis; Relações de gênero; Formas de produção.

Ao longo de cada capítulo, a autora reflete a respeito de todos os conceitos utilizados, com atenção especial aos conceitos de patriarcado, de campesinato e de desenvolvimento rural. Renata diz: “os véus que me impediam de compreender, minimamente, a realidade das relações sociais e de gênero, foram, pouco a pouco, sendo retirados durante o percurso da pesquisa”. Pelo diálogo e pela convivência com as mulheres camponesas, foi possível “compreender um pouco sobre suas vidas, mas, também, muito sobre a minha própria e da nossa sociedade como um todo”, reconhece a autora.

O prefaciador, Antônio Inácio Andrioli, que também foi o orientador da autora na pesquisa, destaca uma qualidade na parte final do trabalho: “o seu retorno à teoria, regressando da particularidade para o geral e ascendendo do abstrato para o concreto”. Ele avalia que essa opção metodológica “é coerente com a sua compreensão da agroecologia e do ecofeminismo, pressupondo a participação e a construção coletiva de saberes como parte integrante do processo de transição agroecológica”.

O capítulo “Relações de gênero”, empírico, é destacado por Siomara Aparecida Marques, responsável pela apresentação do livro e coorientadora da pesquisa: “trata-se de uma análise fundamentada por meio das histórias de vida sobre como foi acontecendo o processo de conscientização da mulher camponesa em torno da dominação e opressão implementada pelo patriarcado e o capitalismo na sociedade moderna. Para fazer essa discussão, Renata lança mão de autores como Paulo Freire e Mauro Iasi e teóricas feministas como Heleieth Saffioti”. Siomara refere a autora, para a qual “essa tomada de consciência vai retirando o ‘véu’ da condição de subalternidade da mulher na história humana, superando lógicas de dominação religiosa, política, econômica, científica e sexual”.

O livro está disponível no link abaixo:

Recampesinização e ressignificação do campesinato: histórias de vida no movimento de mulheres camponesas do Paraná (MMC/PR).