Publicado em: 14 de outubro de 2013 08h10min / Atualizado em: 29 de março de 2017 10h03min
O economista e membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, esteve na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Chapecó, na última sexta-feira (11). A atividade fez parte das comemorações alusivas ao quarto aniversário da instituição.
O Reitor, Jaime Giolo, ressaltou a importância da palestra. “É muito significativo que façamos esses momentos de comemoração e debate, trazendo pessoas que foram sujeitos no processo de conquista da universidade. Stédile é uma figura articulada nos movimentos sociais e teve participação fundamental no projeto de expansão da educação federal nessa região, especialmente no projeto da UFFS”, declarou.
O tema da palestra de Stédile foi “A disputa de projetos na agricultura e o papel da universidade”. De acordo com o economista, dois projetos vem travando embates ao longo do tempo. “Tudo iniciou no século XIX, com a disputa entre o projeto do capital e o projeto dos trabalhadores. No século XX, os projetos em disputa eram o da indústria x o dos camponeses. E no século XXI, surge o capital financeiro globalizado, representado pelas empresas transnacionais disputando, ainda, com o projeto dos camponeses”, destacou.
Para Stédile, atualmente o cenário de disputas mudou. “Agora esse modelo do capital financeiro, também conhecido como agronegócio, vem fortalecido com diversas pontes, inclusive com o apoio da mídia, que surge como reprodutora ideológica desse modelo, papel que antes era desempenhado pela escola”, diz.
O economista revelou que é nesse ponto que entra o papel fundamental da universidade. “A universidade é um espaço de reflexão crítica sobre a realidade do país e da região. É aqui que devem ser os debates sobre os problemas que o povo sofre, porque, na essência, o conhecimento científico só tem razão de ser se ele for utilizado para resolver os problemas concretos da população, senão ele vira pedantismo. E nesse cenário, a vocação natural imposta pela situação é a universidade se voltar para as questões do campesinato, agricultura familiar e de tudo que está em seu em torno. Não só da produção agrícola, mas da educação das pessoas, do lazer, cultura, do beneficiamento e do escoamento da produção agrícola. A UFFS tem um papel importantíssimo para ser uma espécie de retaguarda que dê subsídios para que a população da região encontre as melhores soluções para os problemas, que, na minha opinião, são relacionados com a agricultura em geral”, finalizou.
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