Publicado em: 26 de abril de 2018 17h04min / Atualizado em: 02 de maio de 2018 14h05min
O diesel comum comercializado leva 10% de biodiesel, um combustível renovável derivado de óleos vegetais, em especial, da soja. Focado em aprimorar a qualidade do biodiesel, o professor André Lazarin Gallina, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza, está iniciando uma pesquisa para minimizar os efeitos da oxidação do biodiesel que, quando comprometido, torna-se instável para a comercialização.
Por ser produzido a partir de óleos vegetais, o biodiesel é mais suscetível à oxidação, o que modifica suas propriedades químicas e físicas. O projeto de pesquisa em desenvolvimento busca a criação de nanocápsulas capazes de liberarem, gradativamente, o material antioxidante ao biodiesel. “Hoje são adicionados aditivos antioxidantes a esse biocombustível. A nossa ideia é encapsular esse antioxidante, como se fosse um fármaco, e misturá-lo ao biodiesel para que tenha uma ação um pouco mais prolongada", explicou Gallina.
De acordo com o relatório da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificante (Fecombustíveis) apresentado em 2016, um dos principais motivos de reprovação de amostras de diesel nos testes de controle de qualidade foi o teor de biodiesel: 36% em 2015 e 50% em 2016, do total de não conformidades. Para o pesquisador, a perda de qualidade pode ser associada à degradação prematura do biocombustível, o que acarreta na diminuição do teor de biodiesel ao diesel, não atendendo as especificações exigidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "A partir do momento que conseguirmos diminuir esse índice de oxidação, estamos na verdade prolongando a vida útil do biocombustível, tornando-o um combustível que pode ser utilizado a mais longo prazo", comentou Gallina.
Professor André Lazarin Gallina e seus orientandos na linha de pesquisa de biodiesel/ (Ariel Tavares/UFFS)
A pesquisa será desenvolvida nos próximos três anos e contará com a colaboração da professora Dalila Moter Benvegnú, da acadêmica do curso de Química, Camila Magrin, e uma parceria com o grupo de pesquisa em Eletroquímica da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), coordenado pelo professor Paulo Rogério Pinto Rodrigues.
Recentemente, o professor Gallina recebeu do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) uma Bolsa Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT). Esta é a primeira vez que um pesquisador da UFFS recebe uma bolsa em DT. Outros quatro pesquisadores recebem Bolsas de Produtividade em Pesquisa.
A bolsa é um incentivo ao pesquisador, pois valoriza sua produção em desenvolvimento tecnológico e inovação. Para a concessão da bolsa em DT, o CNPq leva em consideração a produção tecnológica, a formação de recursos humanos, a transferência de tecnologia para o setor produtivo ou para o setor público, assim como o desenvolvimento de um projeto de pesquisa inovador.
Sobre esse reconhecimento, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Joviles Vitório Trevisol, salienta que as Bolsas Produtividade refletem as lideranças dos pesquisadores e as suas respectivas instituições. "As Bolsas Produtividade do CNPq são muito prestigiadas. A comunidade acadêmica concorre para essas bolsas. Além do prestígio que a bolsa confere, ela também assegura ao pesquisador um valor mensal que permite desenvolver algumas atividades adicionais. O que está na origem do programa de Bolsas Produtividade do CNPq é a ideia de carreira de pesquisador. A bolsa visa apoiar os pesquisadores e cientistas brasileiros que se dedicam, permanentemente, à produção de conhecimento", destaca.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
28 de fevereiro de 2025
Chapecó
28 de fevereiro de 2025
Passo Fundo
28 de fevereiro de 2025
Nossa UFFS
24 de fevereiro de 2025
Passo Fundo