Publicado em: 31 de outubro de 2012 19h10min / Atualizado em: 20 de abril de 2017 08h04min
Com objetivo de apresentar o que a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) tem a oferecer às tribos indígenas da região, um grupo de professores e técnico-administrativos dos Campi Laranjeiras do Sul e Realeza participaram de uma reunião com as lideranças indígenas, na tarde desta terça-feira (30), na Escola Estadual Kokoty Han Ja, localizada na Terra Indígena Mangueirinha Kaingang. Também participaram do encontro caciques da Terra Indígena Boa Vista e Terra Indígena Rio das Cobras, além de um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Além de receberem material informativo sobre a UFFS, contendo quais cursos de graduação ofertados nos diversos campi, formas de ingresso na instituição e as possibilidades de bolsas estudantis, os caciques foram convidados a participar de debates para a elaboração de uma política institucional que inclua a comunidade indígena na UFFS. Os debates devem ocorrer no mês de dezembro.
Para a consolidação da política indígena, foi criada em abril deste ano uma comissão, com representantes dos cinco campi da instituição, para discutir ações afirmativas de inclusão, entre elas a da comunidade indígena. “O que há hoje são algumas portarias que oferecem a permanência do indígena na instituição, no caso a bolsa permanência para graduandos e pós-graduandos. Porém, essas são medidas emergenciais até que tenhamos uma política definitiva”, explica o professor de História, membro da comissão, Cristiano Augusto Durat, do Campus Laranjeiras do Sul.
Na avaliação da professora de Medicina Veterinária do Campus Realeza, Susana Schlemper, também integrante da comissão, o encontro superou as expectativas. “Dentre os objetivos que tínhamos, captamos inúmeras reivindicações e ficamos com a certeza da participação maciça das comunidades indígenas no debate, o que irá fazer a diferença na construção do documento. Com o resultado desse encontro, temos certeza que estamos cumprindo o papel da UFFS, em ser uma universidade aberta, com políticas públicas de inclusão e que prevê debates no coletivo”, destaca.
O cacique da Terra Indígena Mangueirinha Kaingang, Valdir Kókoj dos Santos, comenta que forma como a UFFS está construindo a política de inclusão indígena é a maneira correta. “Essa é uma proposta que veio para ouvir a comunidade, pois somos nós que conhecemos a realidade de cada aldeia, os problemas e o que cada uma precisa. É uma discussão diferente de outras que já participamos, pois fomos usados para conseguirmos recursos, bolsas e vagas e no decorrer do caminho fomos esquecidos. É isso que cobramos dessa nova universidade federal, para que não caia nesse mesmo erro, pois trabalhando sempre juntos as coisas tendem a dar certo”.
Segundo o coordenador técnico da Funai, Adir Carlos Veloso, o processo adotado pela UFFS é um dos mais interessantes, pois não há uma imposição da política indígena. “Quando se traz a comunidade para a discussão, sabemos realmente o que ela necessita. Não é algo imposto, está sendo construída a proposta. Dessa forma, os resultados são melhores. Hoje a comunidade indígena tem várias demandas, principalmente nas áreas de saúde, produção de alimentos e ambiental, pois como as terras ficaram diminutas eles precisam fazer uma gestão mais eficiente”.
Também participaram do encontro a professora de Nutrição do Campus Realeza, Rozane Marcia Triches, a técnica em enfermagem Sirley Aparecida Barbetto, a acadêmica da Letras, Eline Souza Barbosa e a professora de Matemática do Campus Laranjeiras do Sul , Cladir Teresinha Zanotti.
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