Cana-de-açúcar é nova temática de pesquisa coordenada pela UMIPTT
UFFS - Campus Realeza é uma das instituições parceiras no estudo que pretende beneficiar produtores e pequenas agroindústrias familiares instaladas na região Sudoeste do Paraná

Publicado em: 01 de novembro de 2019 08h11min / Atualizado em: 01 de novembro de 2019 10h11min

Pesquisando novas alternativas para incrementar a implantação de materiais de cana-de-açúcar, a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) iniciou um projeto para analisar a adaptação de diferentes variedades de cana-de-açúcar na região Sudoeste do Paraná. O estudo conta com a parceria da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Capanema, Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e as demais instituições parceiras da UMIPTT.

O objetivo da pesquisa é buscar inserir novas variedades de cana-de-açúcar, verificar a adaptação das plantas aos diferentes microclimas da região e avaliar a produtividade, o ciclo e o estado fitossanitário dos materiais. Os resultados do estudo pretendem beneficiar produtores e pequenas agroindústrias familiares, visando potencializar a produção de aguardente, melado, rapadura, açúcar mascavo, entre outros produtos derivados da cana-de-açúcar.

Uma das primeiras fases do projeto de pesquisa, que terá duração de aproximadamente três anos, foi a captação de 12 variedades de cana-de-açúcar, fornecidas pela Embrapa de Pelotas-RS, através da Emater/RS. O material foi cortado em pequenos toletes para multiplicação, sendo plantado na UFFS – Campus Realeza, uma das quatro unidades de avaliação. Conforme o desenvolvimento das plantas e o aumento da disponibilidade de mudas, elas serão enviadas para os outros três locais de avaliação: UTFPR – Campus Dois Vizinhos, IFPR – Campus Capanema e IAPAR de Pato Branco.

12 variedades de cana-de-açúcar foram plantadas no Campus Realeza, uma das quatro unidades de avaliação (UFFS/Ariel Tavares)

O pesquisador da Embrapa, Gilmar Meneghetti, que atua na UMIPTT, explicou que além dos materiais já plantados, outros poderão ser obtidos em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outras instituições. “Nas quatro unidades de avaliação, serão analisados os ciclos da cana, o teor de açúcar, doenças e quais variedades de cana-de-açúcar irão se adaptar melhor aos microclimas dessas regiões. Ao final, poderemos fazer um sistema de recomendações desses materiais, orientando melhor os produtores”, destacou.

Ainda segundo Meneghetti, a região Sudoeste do Paraná possui diferentes microclimas, com altitudes que variam de 200 a 1.400 metros. “Há microrregiões como a da fronteira com a Argentina, Vale do Rio Iguaçu e do Rio Chopinzinho em que, praticamente, não há ocorrência de geadas no inverno. Além disso, há a necessidade de encontrar outros materiais que entrem no cultivo e produção da matéria-prima, sem descartar os existentes, que já se mostraram adaptadas. Para isso, necessitamos testar a adaptação de materiais, aumentando o rol de opções de produção de matéria-prima”, explicou.

A multiplicação dos materiais de cana-de-açúcar é monitorada pelo coordenador Adjunto das Áreas Experimentais do Campus Realeza, o agrônomo Hugo Franciscon, e pelo técnico em agropecuária Edi Kava Kailer. “Os cuidados exigem o controle de plantas daninhas, pragas e doenças, aplicação de fertilizantes, irrigação, entre outros. A previsão é de que no mês de maio a multiplicação renda as primeiras mudas, mas em pequena quantidade. No prazo de um ano, as touceiras estarão mais desenvolvidas, o que proporcionará maior produção de mudas”, comentou Franciscon.

Sobre a UMIPTT

Instalada na UTFPR – Campus Francisco Beltrão, a UMIPTT é formada por 16 instituições de pesquisa, ensino, extensão; entidades da sociedade civil, com representação dos agricultores familiares; movimentos sociais.

O objetivo da UMIPTT é viabilizar soluções de pesquisa, aporte tecnológico e organização da produção, visando o desenvolvimento sustentável, que promova a segurança alimentar e nutricional, a geração de renda e bem-estar às famílias dos agricultores, de um modo especial os agricultores familiares, indígenas, pescadores, comunidades remanescentes de quilombos e extrativistas do Sudoeste do Paraná.