Publicado em: 20 de junho de 2017 09h06min / Atualizado em: 20 de junho de 2017 14h06min
Tratar da paisagem como um conceito geográfico e, também, da religação do homem com a natureza. Este é um dos objetivos do projeto de pós-doutoramento do professor Reginaldo José de Souza, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim, que pretende aprofundar o debate sobre como a Geografia pode contribuir com os estudos ambientais e as perspectivas do ordenamento territorial. A pesquisa foi apresentada em workshop realizado na Universidade de Lisboa no último dia 12, e engloba estudos tanto no campo como nas cidades através da análise da paisagem. Inclui-se, aí, o território em que a UFFS está presente.
Na foto acima: o professor Reginaldo (o primeiro à direita) com outros participantes do evento em Portugal
“O projeto foi idealizado a partir do trabalho que venho desenvolvendo em disciplinas como História do Pensamento Geográfico e Epistemologia da Geografia, na UFFS – Campus Erechim”, explica o docente. “Outra motivação para o Pós-Doutorado foi uma pesquisa em desenvolvimento, que trata dos impactos de empreendimentos hidrelétricos na divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.”
Trata-se do projeto “Urbanização e Hibridação Socionatural em Contextos Hidrelétricos”, coordenado pelo professor Igor Catalão, do curso de Geografia da UFFS – Campus Chapecó. “Este projeto conta com auxílio financeiro e duas bolsas de Iniciação Científica (Edital FAPESC 7/2015) para investigarmos uma série de transformações paisagísticas na região”, fala Reginaldo.
Segundo o professor, a atual legislação ambiental brasileira ainda está muito distante de englobar a paisagem verdadeiramente como um patrimônio social e natural. “O Brasil é um país de pouca ou quase nenhuma cultura paisagística, e as maiores provas disso se expressam através de práticas político-econômicas supostamente desenvolvimentistas, que priorizam a implantação de grandes empreendimentos em detrimento da manutenção do equilíbrio ecológico de vários geossistemas”, diz.
Como exemplo, Reginaldo cita os impactos na geomorfologia, hidrografia, vegetação e fauna dos ambientes, causados pelas usinas hidrelétricas inclusive na escala regional. “Isto sem falar do impacto social com a remoção de várias pessoas dos locais onde construíram suas vidas. A usina de Itá-SC é o nosso exemplo mais próximo”, aponta.
Evento – O professor Reginaldo participou como palestrante no workshop “Projetos de Paisagem”, na Universidade de Lisboa, instituição em que o docente da UFFS faz seu estágio de pós-doutoramento. A atividade foi parte do Seminário “Filosofia da Paisagem”. Na ocasião, o professor apresentou o projeto “Paisagem híbrida e socionatureza: relações entre Geografia e Filosofia” em função de sua proposta interdisciplinar, que engloba os estudos paisagísticos na área da Geografia Física, Filosofia da Paisagem e as Estéticas da Natureza. A pesquisa de pós-doutoramento é realizada pelo docente da UFFS na Universidade de Lisboa, sob a supervisão da professora Adriana Veríssimo Serrão.
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