Publicado em: 06 de abril de 2017 17h04min / Atualizado em: 07 de abril de 2017 14h04min
Uma dissertação coorientada pelo professor da UFFS – Campus Chapecó, Geraldo Ceni Coelho, verificou que extratos de erva-mate (Ilex paraguariensis) tostada podem auxiliar no tratamento de pacientes com traumatismo craniano. A pesquisa foi realizada pela mestra Mariana Ribeiro, no Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO), e orientada pelo professor Carlos Alberto Bastos De Maria. O artigo sobre a pesquisa também foi publicado no periódico Journal of Functional Foods.
Conforme o professor Geraldo, já havia um acumulado de pesquisas mostrando as propriedades antioxidantes da erva-mate. Algumas, inclusive, apontam que a erva tem equivalência de antioxidantes ao vinho tinto. Assim, pode ter efeitos positivos em doenças como hipercolesterolemia e arteriosclerose.
Na pesquisa, durante 14 dias, quatro pacientes que tiveram traumatismo craniano receberam o chá do extrato de erva-mate tostada pelo tubo naso entérico. Outros quatro pacientes com a mesma condição formaram o grupo controle. Verificou-se que os pacientes que receberam a erva-mate tiveram a diminuição de creatina – uma enzima cujos níveis são aumentados em caso de traumatismo craniano, o que aumenta os riscos de morte.
Na colaboração da UNIRIO e UFFS na pesquisa, toda a erva-mate utilizada foi conseguida pelo professor Geraldo com os proprietários de uma ervateira de Chapecó. Ele coordenou a coleta e o preparo para o envio do produto para a então mestranda.
As pesquisas com a Ilex paraguariensis não são novas para o professor Geraldo. Segundo ele, iniciaram ainda na Graduação, há 30 anos. No Doutorado, inclusive, ele estudou a variabilidade química entre as plantas. “A variação é de cem vezes o teor de cafeína, por exemplo”.
De acordo com o professor, a produção científica poderia contribuir para a indústria oferecer diferentes produtos, com qualidades especiais de erva-mate. Entretanto, para ele, infelizmente as indústrias ainda não buscaram incorporar as inovações. “O setor de erva-mate ainda é muito familiar e pouco profissionalizado. Isso sempre foi um entrave para a incorporação de tecnologia e conhecimento científico”, finalizou.
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