Publicado em: 15 de setembro de 2016 14h09min / Atualizado em: 04 de janeiro de 2017 11h01min
Água de melhor qualidade conseguida com um equipamento simples. Essa é a ideia proposta pelo professor de Engenharia Ambiental da UFFS – Campus Chapecó, Leandro Bassani, enquanto representante da Instituição no comitê técnico da Fundação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis (FCTER). Um protótipo de uma unidade de filtração lenta, de baixo custo e aplicável a saneamento rural já está instalada em uma propriedade do interior de Chapecó, feita em parceria com uma empresa privada.
O professor conta que utilizou, também, a experiência como extensionista da Epagri, função que exercia antes de trabalhar na UFFS. A intenção era buscar uma saída para um problema considerado comum: melhorar a qualidade da água nas pequenas propriedades rurais, que a utilizam para consumo próprio e, especialmente, em pequenas indústrias familiares, como a produção de queijo. “Nesses locais, geralmente a água provém de vertentes subsuperficiais, onde há trânsito do gado, por exemplo, e a contaminação acaba sendo quase certa”, explica ele.
O desafio, então, é garantir a qualidade da água. “Com as características de baixa turbidez – uma água relativamente limpa –, com poucas partículas suspensas, uma vez que a água já é filtrada pelo solo, pensou-se na técnica da filtração lenta, que é muito simples e existente desde o início do século XIX”, comenta o professor.
O filtro, segundo Bassani, consiste na passagem da água em baixa velocidade – a vazão é controlada por umdispositivo hidráulico de boia –, por uma caixa de areia (que deve ser com granulometria específica). A taxa de filtração é baixa, cerca de seis metros cúbicos por metro quadrado por dia, mas o suficiente para uma pequena propriedade.
Com o tempo, vai se formando uma camada biológica na superfície do leito. “Vai ficando verde a superfície do leito, que é o biofilme. É esse biofilme que é capaz de reter micro-organismos e que garante uma qualidade microbiológica bem melhor do que a água captada diretamente da vertente”, explica.
O resultado, conforme o professor, é uma água “bem mais segura, principalmente quanto às características microbiológicas, a remoção de bactérias mesmo”. O próximo passo é o desenvolvimento de um reator de ultravioleta de baixo custo para transformar a água de vertente em água potável.
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